Bieletas: o que são, quais as suas funções, e quando trocá-las 

Não as confunda com as bielas do motor! As bieletas são componentes fundamentais da suspensão do veículo.

Os requisitos para ser um bom motorista vão além da habilidade por trás do volante. Além de respeitar as leis de trânsito, ser cordial com os demais motoristas e pedestres, o condutor responsável deve, até por requisitos de segurança, cuidar do seu veículo.  

Atualmente, a maioria das pessoas confia em um profissional reparador para checar se está tudo bem com seu automóvel. Sem dúvidas, é excelente poder contar, sem receio algum, com a ajuda de um bom especialista!  

Mas não é incomum que contemos com a falta de conhecimento do dono sobre o carro e sobre seus componentes. Para se ter uma ideia, independentemente de serem essenciais ou acessórios, o número aproximado de peças de um veículo é de 70.000 a 90.000 itens individuais, o que pode tornar difícil a identificação de problemas

E como algumas peças acabam sendo mais conhecidas como outras – como os amortecedores – acabamos não dando a devida atenção à outras que também precisam de cuidado.  

A bieleta, por exemplo. Você já ouviu falar sobre ela? Então, continue a leitura para entender seu funcionamento, quando devem ser trocadas e qual o seu papel no sistema de suspensão.  

As bieletas são parte do sistema de suspensão automotivo

O que são as bieletas? 

Antes de prosseguir, vale ressaltar que bielas são uma coisa, e bieletas são outra. As bielas são hastes localizadas no motor do veículo, enquanto as bieletas ficam no sistema de suspensão. Em síntese, elas consistem em uma articulação (também em forma de haste), que interliga a barra estabilizadora à suspensão do veículo.  

Como resultado, as bieletas geram maior estabilidade, qualidade na direção e conforto para os ocupantes. 

Deste conjunto, destacamos também a barra estabilizadora, cuja função é – como o nome já diz – trazer maior estabilidade ao veículo. Isso faz com que os riscos de derrapagens e perda de controle do veículo no momento das curvas sejam muito menores. 

Desse modo, a barra também auxilia as rodas a terem bom contato com o solo. Portanto, as bieletas atuam de maneira complementar a essa peça. Isso porque a operação conjunta das duas permite que as rodas mantenham o contato com o solo de modo simultâneo ao trabalho da suspensão.  

A partir da conexão estabelecida pela bieleta, ocorre a transferência dinâmica nas curvas. Além disso, o item é fundamental durante as inclinações, quando acontece esse mesmo processo de transferência de força. Por causa de sua atuação efetiva, a aderência do pneu com o solo torna-se mais segura.  

As bieletas estarão sempre fixadas à barra estabilizadora, por meio de buchas ou de pinos. A barra, por sua vez, fica instalada horizontalmente, conectando os dois lados da suspensão. Pode estar presente tanto na suspensão dianteira quanto na traseira, dependendo do veículo.  

Características das bieletas Cofap

Qual a importância das bieletas? 

As bieletas interferem diretamente no conforto e na segurança do conjunto, de acordo com seu estado de conservação.  

Desse modo, uma bieleta gasta, mal colocada ou com folga, pode dar muita dor de cabeça. Isso porque dirigir com o item nessas condições será desagradável, tanto pela instabilidade quanto pela acústica, já que a peça gera um barulho repetitivo e incômodo.  

A sensação é parecida com a de dirigir com itens soltos no porta-malas, movendo-se de acordo com as irregularidades da via – que podem ser muitas, considerando as deficiências das estradas. Difícil não se irritar, não é mesmo? 

Entretanto, não é apenas o seu bom humor que corre perigo. O verdadeiro risco diz respeito à segurança de todos dentro de um carro com bieletas impróprias. Por exemplo, se chegar ao ponto em que a peça é rompida, perderá a estabilidade nas curvas além de danos na suspensão. E caso isso aconteça em alta velocidade, a consequência pode ser um grave acidente.  

Outras possíveis razões para esses ruídos são a falta de lubrificação da bieleta, ou a obstrução por detritos externos, como lama, areia e pedrinhas. A depender do som, o problema pode partir de outro item, mas é imprescindível a checagem pelo mecânico. 

Motorista irritado no trânsito

O sistema de suspensão automotivo 

Como as bieletas integram a suspensão automotiva, é importante retomar a função do sistema em sua totalidade. A questão é que todos os elementos da suspensão, em ação conjunta, buscam amenizar as oscilações provenientes do solo. Por ligarem o chassi às rodas, também garantem que sempre haja contato das rodas com o solo. 

Resumidamente, é a suspensão do veículo que torna os trajetos cotidianos confortáveis e seguros, promovendo estabilidade e evitando agitos na carroceria. De acordo com os percursos, o desgaste do sistema pode variar, assim como a necessidade de reparo.  

Subir e descer a serra com frequência, ou conduzir em um asfalto irregular, por exemplo, são quadros onde as bieletas – certamente serão gastas com mais rapidez.  

Quando devo trocar as bieletas? 

O desgaste das bieletas acontece nas suas fixações, feitas por meio de buchas ou pinos. O uso do veículo em estradas de terra, esburacadas, com muitas curvas ou carregando mais peso, certamente ocasionará bastante deterioração. A velocidade também influencia significativamente. 

Veículo em trilha off-road

Portanto, é muito arriscado dirigir um veículo, sobretudo em terreno irregular, sem a manutenção devida das bieletas. Junto com a barra estabilizadora, elas distribuem o impacto da geografia e, com sua ineficácia, a propensão a um acidente é maior.  

Em relação ao momento de troca, não há uma regra específica. O proprietário pode optar por dois tipos de manutenção: a corretiva e a preventiva. Na primeira, literalmente, se corrige o problema. Na outra opção, a mais recomendada, previne-se. Então, nesse segundo caso, a bieleta é trocada antes mesmo de apresentar defeitos nítidos e colocar em risco a segurança no trânsito. 

Se a peça for de má qualidade ou não for trocada quando necessário, também pode haver deformação, rompimento, danos a suspensão e, como consequência, acidentes.  

Sinais de desgaste das bieletas 

Para alguns mecânicos, estamos falando da “vilã dos barulhos”, pois seus indícios de mau funcionamento são parecidos com os de outros componentes, como o pivô e o terminal. Se houver algum problema na bieleta, os principais sintomas aparentes serão os ruídos ou barulhos na suspensão (o típico “tuc tuc”) e a instabilidade nas curvas.  

Esses sons são provenientes do desgaste dos componentes quando há folga na bieleta. A rótula, nesses casos, bate inúmeras vezes nas extremidades do alojamento, causando um barulho irritante. Às vezes, ela até pode escapar da rótula, danificando algum componente da suspensão – e, em casos muito específicos, perfurar o pneu.  

Desgastes nas bieletas se manifestam de várias formas

As bieletas também devem estar protegidas do ambiente externo contra resíduos que se acumulam na região onde a peça se movimenta, o que compromete sua operação. 

A partir disso, é preciso observar atentamente a suspensão automotiva para descobrir a origem dos sons. Algumas das evidências de desgaste das bieletas:  

  • Estrutura deformada ou trincada; 
  • Coifa rasgada, rachada ou furada;
  • Fixação com folga ou rangido; 
  • Buchas com ruptura, folgadas ou deformadas. 

Quando o mistério for solucionado, será a hora de realizar a manutenção. Caso a culpada tenha realmente sido a bieleta, a peça deve ser substituída, mas sempre prestando atenção aos detalhes e, claro, optando por uma marca de confiança.  

Em resumo, o motorista deve ficar sempre atento a estalos, rangidos, sons de metal batendo em metal, vindos da região da suspensão. E sempre que ouvir esses sons, executar uma avaliação junto a um profissional. 

Cuidados ao substituir as bieletas 

Ao realizar a troca das bieletas, é importante verificar a aplicação correta para cada tipo de veículo. Apesar da semelhança entre as peças, existem diferenças de tamanho, de fixação e no ângulo de encaixe.  

Dica: faça a substituição sempre com chave apropriada, e jamais utilize máquina pneumática. Antes da instalação, tire o torque do pino para facilitar o funcionamento da peça. E, por fim, não esqueça de conferir as buchas que fazem parte da fixação da barra estabilizadora na carroceria ou agregado. Diante disso, o condutor não perderá o controle nas curvas.  

Manutenção preventiva: opte por ela

A importância da manutenção preventiva 

Ao fazer a manutenção de um veículo, é importante lembrar que todas as peças, por menores que sejam, fazem parte de um todo que funciona em sincronia. Então, uma parte ruim pode comprometer todas as outras.  

Assim que ouvir um barulho, ruído, ou perceber alguma alteração na dirigibilidade e estabilidade, leve imediatamente o seu veículo a uma oficina especializada. Afinal, quanto antes um problema for detectado, menor a chance de piorar, além de ser mais fácil (e econômico) de resolver. Em suma, a manutenção preventiva dá tranquilidade ao cliente.  

Em relação à suspensão, o serviço de revisão deve ser feito, em geral, a cada seis meses, ou 10 mil quilômetros rodados. Lembrando que o manual do veículo costuma trazer essa informação. Mas caso perceba um defeito nas peças, substitua-as imediatamente.  

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