Juntas homocinéticas: um guia para entender suas funções

As juntas homocinéticas têm papel fundamental na movimentação do veículo. Problemas no componente podem afetar várias outras peças.

Desconhecidas por grande parte dos amantes de carro, as juntas homocinéticas exercem um papel fundamental sobre a transmissão de velocidade de maneira constante, desde a saída do diferencial até as rodas do veículo. Pode-se dizer que ela, de forma simplificada, atua no movimento da suspensão, garantindo que sejam feitos movimentos variados.

Histórico

Décadas atrás, as juntas universais eram as peças veiculares utilizadas com o objetivo de transmitir a força de torque do motor do veículo para as suas rodas. No entanto, devido a problemas relacionados ao modo de dirigir, passou-se a pensar em outras peças que poderiam ser usadas para realizar a função das juntas universais.

Foi então que o francês Pierre Fenallier, após se dedicar intensamente ao estudo da mecânica, desenvolveu as juntas homocinéticas. Dentre outras finalidades, elas nasceram com a responsabilidade de tornar mais acessível a tração na parte da frente do veículo. Antes, isso não era tão comum, embora hoje seja algo popular em diversos automóveis.

Mesmo representando um grande avanço para os padrões vigentes na época, demorou um pouco para que as novas peças passassem a ser disponibilizadas para venda no mercado. Tal acontecimento se deu apenas em 1959, tendo como primeiro modelo o Mini Morris, ainda que o conceito de tração dianteira já tivesse sido testado – também por Fenallier – no Tracta, carro de corrida da época.

Hoje em dia, pode-se considerar que até mesmo os carros que possuem tração dianteira e os que dispõem da modalidade 4×4 utilizam sistemas que abrangem as juntas homocinéticas. Modelos da BMW, Mercedes-Benz, Omega e Jaguar, que têm suspensões traseiras independentes, contam com sistema de juntas homocinéticas.

As juntas homocinéticas são fundamentais para transferir a força do motor às rodas

O que são as juntas homocinéticas?

A junta homocinética localiza-se na parte de baixo do veículo. Ela é protegida por uma coifa, que, por sua vez, tem a responsabilidade de conectar o cubo da roda ao semieixo da transmissão, e este último ao eixo de câmbio. Assim, torna-se possível uma transmissão efetiva da potência entre os eixos, garantindo a estabilidade veicular. Essa potência é como a energia transmitida por meio das juntas se manifesta.

Como o próprio nome sugere, as juntas homocinéticas realizam a conexão entre a força produzida pelo motor e as rodas. Por si só, já é uma valiosa tarefa. Portanto, é essencial ter atenção a eventuais problemas futuros devido a fatores externos.

Como prevenção eficaz, é recomendável revisar as peças entre 5 mil e 10 mil km de rodagem do veículo. Isso porque possíveis danos ao componente também afetam outras peças próximas às juntas, sobretudo no sistema de suspensão.

Tipos de juntas homocinéticas

Fixa X Deslizante

Embora tenham a mesma finalidade no sistema de geração e transmissão de energia veicular, os nomes dessas juntas diferem por causa do movimento relativo que elas proporcionam entre os eixos. Enquanto a junta fixa trabalha entre o eixo homocinético e o eixo da roda, a deslizante atua entre o eixo homocinético e o câmbio.

A primeira é pensada em reduzir ruídos do sistema e proporcionar que seu funcionamento aconteça de maneira suave. Já a segunda visa permitir o movimento axial, o uso de variados tamanhos de eixos homocinéticos e formas de movimentação deles.

Tipos de juntas homocinéticas: fixa e deslizante

VL

Este tipo de junta é utilizado quando a intenção é atender necessidades específicas de alguns modelos de automóveis, principalmente aqueles que possuem tração traseira. Neste caso, as juntas homocinéticas VL costumam aparecer nas duas extremidades do eixo homocinético.

Tripóide

Este tipo de junta consiste em um garfo de três pontas ligado ao eixo, que se encaixa num copo de três sulcos correspondente a ele. Apoiadas em roletes para reduzir o atrito entre os elementos rolantes, as esferas das Tripóides são posicionadas nas regiões onde ocorre o encaixe da tripeça.

Diferentemente da junta do tipo VL, a Tripóide viabiliza a operação com um ângulo maior, fazendo um deslocamento axial do eixo de transmissão de torque (eixo homocinético) – também de maiores proporções. É comum encontrar as Tripóides na ponta interior do eixo do veículo. Isso se dá pelo fato de elas não disporem de grande tolerância para variação do ângulo do eixo.

A Cofap tem um kit de reparo para juntas homocinéticas

Componentes das juntas homocinéticas

Eixos

Um dos grandes problemas que podem acontecer nos eixos das juntas homocinéticas são os empenamentos. Eles prejudicam a função-chave das peças: a transmissão de potência. Caso o eixo esteja empenado, a força é transmitida de modo desproporcional. E isso pode fazer com que alguns componentes das juntas quebrem prematuramente.

Vale destacar, também, que os semieixos podem ser acometidos por danos em suas extremidades, o que pode causar prejuízo na transmissão de potência no sistema das juntas homocinéticas, tendo em vista que eles constituem regiões nas quais ocorrem encaixes.

Para identificar problemas tanto nos eixos quanto nos semieixos, basta que o mecânico observe de forma atenta este local do carro, já que as avarias são bastante perceptíveis.

Rolamento

Este item é composto por um grupo de elementos rolantes que funcionam como suporte. Eles são utilizados com a finalidade de transmitir potência às rodas, por meio de esferas. Como é de se imaginar, os rolamentos são componentes circulares – inclusive, com boa capacidade de carga e confiança a todo o sistema ao qual estão submetidos. Já as esferas são posicionadas nos sulcos das gaiolas, tendo seus trajetos por eles definidos.

Existe uma razão para que as esferas sejam as peças escolhidas para compor este tipo de sistema: elas respondem de forma eficiente a velocidades consideráveis. Mas há também um ponto negativo: caso as peças estejam desgastadas, a troca dos componentes internos não será possível.

Portanto, é necessário se atentar a certos indícios. Ao identificar tais problemas, reduz-se as chances de o veículo ter sua potência comprometida.

Geralmente, os locais onde podemos notar os danos às peças correspondem às regiões de trabalho das esferas. Em outras palavras, a parte central do rolamento. Se o desgaste aparecer em um local diferente no veículo, é sinal de que o rolamento sofre tensões elevadas. Com isso, ele pode acabar se rompendo.

Coifa protetora

A principal função deste componente é evitar a contaminação das juntas homocinéticas por elementos externos. Exemplos: lama, água, areia ou outro agente nocivo. Caso qualquer um destes entre em contato com as juntas, o atrito das peças que a compõem pode aumentar. Essa ação ocasiona falhas capazes de acarretar sérios prejuízos ao sistema de transmissão de potência do veículo.

A coifa é feita de borracha sintética e tem sua vedação realizada por abraçadeiras metálicas.

Se você notar sinais de desgaste em qualquer um dos componentes da coifa – seja por penetração de elementos externos, prejuízos na vedação ou falha na abraçadeira metálica – saiba que chegou a hora de substituí-la.

Quando redobrar a atenção

Tudo o que foi dito em relação à coifa deve valer para os outros componentes das juntas homocinéticas. É preciso se manter alerta quando certos indícios são notados nessas peças – muitos deles ligados a barulhos. Sons específicos podem indicar que existem problemas no sistema.

Para ilustrar essa hipótese, citamos uma situação rotineira: pense no momento em que o motorista acelera o veículo em uma curva (principalmente quando a manobra é realizada em marcha ré). Se for percebido o som de um clique ou de um estalo vindo das rodas, quer dizer que a superfície de rolamento das esferas, na região da junta fixa, pode estar com problemas.

Já quando são notados ruídos durante a aceleração em linha reta, quem está prejudicada é a junta deslizante, situada ao lado do câmbio do veículo. Tal barulho acontece devido à penetração de elementos externos (sujeira ou terra, por exemplo) no sistema. Com isso, forma-se uma espécie de pasta responsável por desgastar as pistas da junta homocinética.

Além da entrada de agentes externos, existem características da própria suspensão, como sua geometria, que podem provocar tais falhas. Mais uma vez, são os barulhos. Caso os ouça, investigue a fundo a raiz do problema, de preferência consultando um mecânico de sua confiança.

A caixa de direção descentralizada e o desalinhamento do veículo com a cambagem são exemplos claros deste tipo de irregularidade.

Influência da homocinética na tração dianteira

As juntas homocinéticas garantiram que fosse possível a geração de ângulos maiores, viabilizando também a utilização da tração dianteira. Na época de sua introdução, elas representaram grande avanço nos veículos. Por exemplo, as juntas contribuíram para reduzir o tamanho deles, deixando-os mais compactos e leves. Isso ocorreu pois não havia mais a necessidade do eixo cardã na configuração do motor.

E não foi somente em tamanho os ganhos introduzidos nos veículos graças às juntas homocinéticas. O bolso dos consumidores também foi diretamente impactado de forma positiva por causa das inovações trazidas pela peça. Isso porque os automóveis passaram a consumir menos combustível devido à redução da perda de potência na transmissão de energia.

Dicas importantes sobre as juntas homocinéticas

A Cofap é referência em juntas homocinéticas

Dona do maior portfólio de autopeças do mercado de reposição brasileiro, a Marelli Cofap do Brasil disponibiliza Juntas Homocinéticas Fixas e Deslizantes com a marca Cofap para 90% da frota em circulação no país. A peça é comercializada com todos os acessórios necessários para a montagem, e possui como diferencial suas coifas nitrílicas, além de graxa de lítio, materiais de qualidade superiores e que garantem maior resistência e durabilidade.

A linha, que ainda é composta por Semieixos, Tulipas e Trizetas, é uma das mais completas do mercado e, graças a uma combinação de qualidade elevada, cobertura de frota e durabilidade elevada, confere à marca Cofap a preferência por parte de distribuidores, varejistas e aplicadores. Isso é resultado da fidelidade com a qual os componentes são produzidos para o aftermarket em relação ao produto original, respeitando os parâmetros desde a matéria-prima até o rigor nas tolerâncias dimensionais.

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